Olá!

O ENEM está se aproximando e a preparação das pessoas que estão finalizando o Ensino Médio ou já estão cursando o Ensino Superior e querem mudar de curso ou que finalizaram seus estudos secundários há décadas e quer, agora, tentar entrar em uma Instituição de Ensino Superior varia de pessoa para pessoa. Independente disso, cá estou eu para dar dicas de canais que disponibilizam conteúdo preparatório para esta prova (ou outras provas de vestibular e quem sabe até concursos) que podem ser aproveitados e todos podem ter acesso.
São cinco opções que eu escolhi listar; é claro que existem várias outras plataformas e canais com bastante conteúdo, mas alguns são só disponibilizados mediante cadastro com pagamento de alguma taxa, seja de matrícula, cadastro ou mensalidade.

1- Aula Livre:
Canal do Youtube;
Site Oficial.

2 - Vestibulandia
Canal do Youtube;
Site Oficial.

3 - Sistema de Ensino Poliedro
Canal do Youtube;
Site Oficial.

4 - ProENEM
Canal do Youtube
Site Oficial

5 - Biologia Total
Canal do Youtube;
Site Oficial


Espero que gostem dessas dicas. Caso haja algum outro site legal que você conheça e queira compartilhar, pode comentar aqui ou entrar em contato comigo pelo facebook ou twitter que eu publico!

Bons estudos, boa sorte a todos.
"Morar na Índia me fez compreender que a maioria branca do mundo passou séculos nos enganando para que acreditássemos que a pele branca faz uma pessoa superior a outra. Mas na verdade a pele branca só é mais suscetível aos raios ultravioleta e propensa a rugas.

Ler Freud me deixou igualmente cética quanto à inveja do pênis. O poder de dar à luz faz a "inveja do útero" mais lógica e um órgão tão externo e desprotegido como o pênis ("Aquela coisa medonha, execrável salsicha viva que cospe") deixa os homens extremamente vulneráveis.

Mas ao ouvir recentemente uma mulher descrever a chegada inesperada de sua menstruação (uma mancha vermelha se espalhara em seu vestido enquanto ela discutia, inflamada, num palco) eu ainda ranjo os dentes de constrangimento. Isto é, até ela explicar que quando foi informada aos sussurros deste acontecimento óbvio, ela dissera a plateia 100% masculina: "Vocês deveriam estar orgulhosos de ter uma mulher menstruada em seu palco. É provavelmente a primeira coisa real que acontece com vocês em muitos anos!"

Risos. Alívio. Ela transformara o negativo em positivo. E de alguma forma sua história se misturou à Índia e a Freud para me fazer compreender finalmente o poder do pensamento positivo. Tudo o que for característico de um grupo "superior" será sempre usado como justificativa para sua superioridade e tudo que for característico de um grupo "inferior" será usado para justificar suas provações. Homens negros eram recrutados para empregos mal pagos por serem, segundo diziam, mais fortes do que os brancos, enquanto as mulheres eram relegadas a empregos mal pagos por serem mais "fracas". Como disse o garotinho quando lhe perguntaram se ele gostaria de ser advogado quando crescesse, como a mãe, "Que nada, isso é trabalho de mulher". A lógica nada tem a ver com a opressão.

Então, o que aconteceria se, de repente, como num passe de mágica, os homens menstruassem e as mulheres não?

Claramente, a menstruação se tornaria motivo de inveja, de gabações, um evento tipicamente masculino:

Os homens se gabariam da duração e do volume. Os rapazes se refeririam a ela como o invejadíssimo marco do início da masculinidade. Presentes, cerimônias religiosas, jantares familiares e festinhas de rapazes marcariam o dia.

Para evitar uma perda mensal da produtividade entre os poderosos o Congresso fundaria o Instituto Nacional da Dismenorreia. Os médicos pesquisariam muito pouco a respeito dos males do coração, contra os quais os homens estariam, hormonalmente, protegidos e muito a respeito das cólicas menstruais.

Absorventes íntimos seriam subsidiados pelo governo federal e teriam sua distribuição gratuita. E, é claro, muitos homens pagariam mais caro pelo prestígio de marcas como tampões Paul Newman, Absorventes Mohammad Ali, John Wayne Absorventes Super e Miniabsorventes e Suportes Atléticos Joe Namath - "Para aqueles dias de fluxo leve".

As estatísticas mostrariam que o desempenho masculino nos esportes melhora durante a menstruação, período no qual conquistam um maior número de medalhas olímpicas.

Generais, direitistas, políticos e fundamentalistas religiosos citariam a menstruação ("men-struação", de homem em inglês) como prova de que só mesmo os homens poderiam servir a Deus e à nação nos campos de batalha ("Você precisa dar seu sangue para tirar sangue"), ocupariam os mais altos cargos ("Como é que as mulheres podem ser ferozes o bastante sem um ciclo menstrual regido pelo planeta Marte?"), ser padres, pastores, o Próprio Deus ("Ele nos deu este sangue pelos nossos pecados"), ou rabinos ("Como não possuem uma purgação mensal para as impurezas, as mulheres não são limpas").

Liberais do sexo masculino insistiriam em que as mulheres são seres iguais, apenas diferentes. Diriam também que qualquer mulher poderia se juntar à sua luta, contanto que conhecessem a supremacia dos direitos menstruais ("O resto não passa de uma questão") ou então teria de ferir-se seriamente uma vez por mês ("Você precisa dar seu sangue pela revolução").

O povo da malandragem inventaria novas gírias ("Aquele ali é de usar três absorventes de cada vez") e se cumprimentariam, com toda a malandragem, pelas esquinas dizendo coisas tais como:
- Cara, tu tá bonito pacas!
- É cara, tô de chico!

Programas de televisão discutiriam abertamente o assunto. (No seriado Happy Days: Richie e Potsie tentam convencer Fonzie de que ele ainda é "The Fonz", embora tenha pulado duas menstruações seguidas. Hill Street Blues: o distrito policial inteiro entra no mesmo ciclo.) Assim como os jornais, (
TERROR DO VERÃO: TUBARÕES AMEAÇAM HOMENS MENSTRUADOS. JUIZ CITA MENSTRUAÇÃO EM PERDÃO A ESTUPRADOR.) e os filmes fariam o mesmo (Newman e e Redford em Irmãos de Sangue).

Os homens convenceriam as mulheres de que o sexo é mais prazeroso "naqueles dias". Diriam que as lésbicas têm medo de sangue e, portanto, da própria vida, embora elas precisassem mesmo era de um bom homem menstruado.

As faculdades de medicina limitariam  ingresso de mulheres ("elas podem desmaiar ao verem sangue").
É claro que os intelectuais criariam os argumentos mais morais e mais lógicos. Sem aquele dom biológico para medir os ciclos da lua e dos planetas, como pode uma mulher dominar qualquer disciplina que exigisse uma maior noção de tempo, de espaço e da matemática, ou mesmo a habilidade de medir o que quer que fosse? Na filosofia e na religião, como pode uma mulher compensar o fato de estar desconectada do ritmo do universo? Ou mesmo, como pode compensar a falta de uma morte simbólica e da ressurreição todo mês?

A menopausa seria celebrada como um acontecimento positivo, o símbolo de que os homens já haviam acumulado uma quantidade suficiente de sabedoria cíclica para não precisar mais da menstruação.

Os liberais do sexo masculino de todas as áreas seriam gentis com as mulheres. O fato "desses seres" não possuírem o dom de medir a vida, os liberais explicariam, já é em si castigo bastante.

E como será que as mulheres seriam treinadas para reagir? Podemos imaginar uma mulher da direita concordando com todos os argumentos com um masoquismo valente e e sorridente. ("A Emenda de Igualdade de Direitos forçaria as donas de casa a se ferirem todos os meses": Phyllis Schalafy. "O sangue de seu marido é tão sagrado quanto o de Jesus e, portanto, sexy também!": Marabel Morgan.)

Reformistas e Abelhas Rainhas ajustariam suas vidas em torno dos homens que as rodeariam. As feministas explicariam incansavelmente que os homens também precisam ser libertados da falsa impressão da agressividade marciana, assim como as mulheres teriam de escapar às amarras da "inveja menstrual". As feministas radicais diriam ainda que a opressão das que não menstruam é o padrão para todas as outras opressões. ("Os vampiros foram os primeiros a lutar pela nossa liberdade!") As feministas culturais exaltariam as imagens femininas, sem sangue, na arte e na literatura. As feministas socialistas insistiriam em que, uma vez que o capitalismo e o imperialismo fossem derrubados, as mulheres também menstruariam. ("Se as mulheres não menstruam hoje, na Rússia", explicariam, "é apenas porque o verdadeiro socialismo não pode existir rodeado pelo capitalismo.")

Em suma, nós descobriríamos, como já deveríamos ter adivinhado, que a lógica está nos olhos do lógico. (Por exemplo, aqui está uma ideia para os teóricos e lógicos: se é verdade que as mulheres se tornaram menos racionais e mais emocionais no início do ciclo menstrual, quando o nível de hormônios femininos está mais baixo do que nunca, então por que não seria lógico afirmar que em tais dias as mulheres comportam-se mais como homens se portam o mês inteiro?) Eu deixo outros improvisos a seu cargo.*
A verdade é que, se os homens menstruassem, as justificativas do poder simplesmente se estenderiam, sem parar.
Se permitíssemos."

- 1978


*Meus agradecimentos a Stan Pottinget pelos muitos improvisos incluídos neste texto.

Trecho do livro "Memórias da Transgressão" de Gloria Steinem. O livro é basicamente sobre feminismo.
Este livro está disponível em PDF! Clique aqui para poder ter acesso ao conteúdo completo.

"Desfaça em meu coração todo o sofrimento,
de cada palavra dita e cada verdade malfeita,
dos sonhos esquecidos, da noite mais perfeita
desfaz-se também aqui, o antigo sentimento.

Faz-se agora o marco, um grandioso evento:
uma nova história que seja, enfim, direita,
que vá além dos desejos vis dessa receita
de fracasso erguida aqui como movimento.

Desfaça cada lágrima, cada arrependimento
que marcou, em fogo e brasa, o desencanto
e esse amargo sabor que finda esta história.

Da minha dor faça a chancela desse momento,
do meu pesar, os largos passos para a vitória
e dos seus olhos, o caminho que quero tanto."

Autor: Daniel Amigo.


Gostou dessa poesia? No tumblr dele há várias outras poesias e também imagens de desenhos tão bonitas.

Pode conferir: Sorabiscos - Tumblr de Daniel.

Oi.

Não escrevo aqui há muito tempo e na semana passada fiz um rascunho de uma postagem de "volta" porque estava indecisa sobre qual assunto poderia falar, mas deixei de lado, decidi sobre um assunto a escrever e cá estou, depois de quase dois anos sem postar... em um blog.

Eu tenho uma conta na Netflix que divido com a minha tia e nos dois últimos dias assisti alguns filmes, dois em especial que me emocionaram muito e quero contar um pouco (bastante pouco, um pequeno resumo) sobre eles e sobre o que senti, aqui.

Depois que terminei de assistir o filme que será o último da lista, me inspirei para escrever e parei para pensar em como o faria. Consegui pensar, além de pensar também em uma lista de possíveis novos assuntos que eu poderia retratar em outras postagens, porém isso será cumprido com o tempo.

Na lista a seguir serão escritos os títulos dos filmes que assisti e um deles eu já tinha visto antes, quando estava no Ensino Médio, mas vamos por ordem; espero que gostem:

ATENÇÃO: CONTÉM SPOILERS.

1. Coco Antes de Chanel: filme protagonizado por Audrey Tautou, a queridíssima que também estrelou o filme "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain" e "A Delicadeza do Amor", é uma biografia sobre Gabrielle Chanel antes de se tornar um ícone da alta costura europeia, falando sobre o relacionamento com sua irmã, Adrienne, o homem que amou chamado Arthur Capel e o homem que a apoiou, Étienne Balsan. Mas Carol, como que ele o apoiou? É bom assistir mesmo o filme para entender porque o relacionamento teve seus altos e baixos; mas saibam que não foi um relacionamento amoroso.

No filme, o que mais me chamou atenção foi a personalidade de Gabrielle: não se obrigava a ser gentil com homens, era sincera no que falava e se impunha sempre às pessoas que tentavam ter algum poder sobre ela. Mas não era totalmente fechada pois se relacionou com Balsan e amou Arthur, além de gostar muito de sua irmã. Não queria se casar (bom, essa vontade surgiu em algum momento); queria trabalhar e buscar independência e riqueza por seus próprios méritos, o que era, de certa forma, revolucionário para a época, onde as mulheres casavam com homens para poder terem sustento sem precisar trabalhar ou ganhar status.

Em certo ponto do filme, ela começou a se interessar por cavalos quando foi à fazenda de Balsan; não se sentia confortável em galopar de vestido e observava as outras mulheres e percebia que era complicado para elas também, por isso "criou" um estilo que basicamente eram roupas masculinas adaptadas a ela para se sentir mais confortável ao andar a cavalo e treinar mais facilmente. Não somente com roupas "mais masculinizadas", ela vestia-se de forma simples, com chapéus sem adereços exagerados ou nenhum adereço a mais além do chapéu em si, vestidos sem espartilhos, sem nada muito apertado que dificultasse a respiração e os movimentos. Era introspectiva, gostava bastante de ler e era muito criativa ao fazer ou adaptar peças de roupas e chapéus, além de hábil e talentosa com a costura.

É um excelente filme e me inspirou; na realidade, tudo que leio, assisto, jogo ou ouço que tem como personagem principal uma mulher que não atende aos padrões de comportamento ou que é uma heroína dada como bandida procurada pela polícia, por exemplo, apesar de todas as problemáticas envolvidas que eu acabo questionando (não somente pelo fato de ser o tipo da personagem mencionado por último ou algum outro tipo, mas os assuntos que envolvem uma personagem mulher em si), me interessa muito. Isso pode até dar um bom assunto para um próximo post, talvez.

A seriedade de Gabrielle; seu talento; sua não obrigatoriedade em ser gentil e sorridente com homens; sua vontade de trabalhar; seu sentimento de "se sentir um peixinho fora d'água" nas festas dadas por Balsan; a raiva dela por ele fazer com que cante ou algo do tipo para agradar seus convidados sem ela querer fazê-lo; o fato de ela ir de encontro a muitas normas sociais da época para a mulher europeia; os looks lindos que ela criou e/ou adaptou para si e, ao final, para uma coleção com seu nome; os sentimentos demonstrados quando ela conheceu e viu o mar pela primeira vez; enfim, a personagem, sua história e o filme como um todo me envolveu e me levou um pouco para a França do começo do século XX (antes da Primeira Guerra Mundial) e vários sentimentos afloraram, lembranças pessoais surgiram ao ver algum detalhe ou cena que me identificasse.

O filme está disponível dublado e legendado e tem duração de mais ou menos duas horas.

Espero que eu tenha demonstrado de forma clara o que quis dizer (quem escreve talvez nunca fique satisfeito de fato com suas palavras, sempre vai querer mudar algo aqui ou ali), não tenho especialidade nenhuma em críticas sobre filmes e também não quis me estender muito porque senão teria mais spoilers do que pretendido; também não quis escrever cronologicamente sobre o filme, na ordem começo-meio-fim, mas creio que teve uma coerência sim já que a pretensão maior era falar sobre o que pensei e senti, não sobre a sinopse.

O próximo filme da lista será o maravilhoso "Precious" (Preciosa); queria fazer uma surpresa mas é legal deixar na expectativa quem se interessou e o filme é tão bom que seria injusto fazer mistério ou suspense. Então, no próximo post, esse será o título a ser comentado e indicado.

Até mais!
É engraçado quando estamos num ônibus cheio e de repente a pessoa que passou por nós em um ponto entra no mesmo ônibus em que estamos, no outro ponto. A conversa não durou nem cinco minutos mas foi, talvez, tão inspiradora quanto uma conversa que dura horas com algum amigo inteligente. "Eu lhe indico um livro, é baseado em fatos reais, me inspirou a viajar pelo mundo, já passei por treze estados e nove países."
É engraçado também, para não ser trágico, a facilidade que eu tenho para esquecer o que dizem a mim, ainda mais algum título de livro, se eu não anotar. Não perguntei seu nome, ele também não perguntou o meu. Também não recordo direito mais sua fisionomia, minha memória fotográfica não é tão boa assim, eu acho. Mas não esquecerei os sorrisos trocados no primeiro olhar dentro do ônibus ou de quando ele me chamou de "flor" ao se despedir e no último olhar antes de seguir viagem.
Ele poderia ser um cara legal ou um psicopata estuprador e estivesse mentindo naquela hora, tanto faz. Nesse caso, não importa quem fosse a pessoa, poucas trocas de palavras podem significar muito dentro de um ônibus... quer dizer, ainda mais num ônibus, onde ninguém tem contato mas todo mundo está junto (ou quase grudado); um lugar vazio cheio de desconhecidos; um lugar não muito poético, talvez. Ou, quem sabe, um lugar com pessoas e seus olhares e corpos cansados porém seus espíritos cheios de vida, querendo um mundo novo, um amor novo, um desejo novo. Não se sabe, as aparências enganam. Momentos como esse podem nem importar, também.
Talvez eu lembre o título do livro, talvez eu lembre de sua fisionomia em alguma fantasia desvairada da minha mente, quem sabe voltemos a nos encontrar por acaso num ônibus qualquer ou, pelo contrário, talvez eu nem lembre mais desse momento daqui a alguns anos, meses ou dias. Talvez seja por isso que eu esteja escrevendo: para não esquecer de pequenos momentos inusitados e/ou especiais que muitos deixam passar despercebidos durante a vida.
"- Iminência...
- Você quis dizer 'eminência'.
- O quê?
- Você disse 'iminência'. O certo é 'eminência'.
- Perdão. Sou um servo, um réptil, um nada. Uma sujeira no seu sapato de cetim. Mas sei o que digo. E eu quis dizer 'iminência'.
- Mas está errado! O tratamento correto é 'eminência'.
- Não duvido da sua eminência, monsenhor, mas o senhor também é iminente. Ou uma eminência iminente.
- Em que sentido?
- No sentido filosófico.
- Você tem dois minutos para explicar, antes que eu o excomungue.
- Somos todos iminentes, monsenhor. Vivemos num eterno devir, sempre às vésperas de alguma coisa, nem que seja só o próximo segundo. Na iminência do que virá, seja o almoço ou a morte. À beira do nosso futuro como um precipício. A iminência é o nosso estado natural. Pois o que somos nós, todos nós, se não expectativas?
- Você, então, se acha igual a mim?
- Nesse sentido, sim. Somos coiminentes.
- Com uma diferença. Eu estou na iminência de mandar açoitá-lo por insolência, e você está na iminência de apanhar.
- O senhor tem esse direito hierárquico. Faz parte de sua eminência.
- Admita que você queria dizer 'eminência' e disse 'iminência'. E recorreu à filosofia para esconder o erro.
- Só a iminência do açoite me leva a admitir que errei. Se bem que...
- Se bem quê?
- Perdão. Sou um verme, um meleca, menos que nada. Um cisco no seu santo olho, monsenhor. Mas é tão pequena a diferença entre um 'e' e um 'i' que o protesto de vossa iminência soa como prepotência. Eminência, iminência, que diferença faz uma letra?
- Ah, é? Ah, é? Uma letra pode mudar tudo. Um emigrante não é um imigrante.
- É um emigrante quando sai de um país e um imigrante quando chega em outro, mas é a mesma pessoa.
- Pois então? Muitas vezes a distância entre um 'e' e um 'i' pode ser um oceano. E garanto que você terá muitos problemas na vida se não souber diferenciar um ônus de um ânus.
- Isso são conjunturas.
- Você quer dizer 'conjeturas'.
- Não, conjunturas.
- Não é 'conjeturas' no sentido de especulações, suposições, hipóteses?
- Não. 'Conjunturas' no sentido de situações, momentos históricos.
- Você queria dizer 'conjeturas' mas se enganou. Admita.
- Eu disse exatamente o que queria dizer, monsenhor.
- Você errou.
- Não errei, iminência.
- Eminência! Eminência."


VERISSIMO, Luis Fernando. O Estado de S. Paulo, 19 jul. 2008. Caderno D. p. 16.
Quem teve infância e ficava assistindo a Tv Cultura (popularmente chamado por "Canal 2") loucamente como eu, com certeza já assistiu um programa chamado "Pythagora Switch" ou "Pitagora Suichi". É um programinha educativo japonês onde dois pinguins, Pita e Góras, fazem ensinamentos divertidos junto com o Senhor Enciclopédia, TV João e vários outros. Aqui no Brasil o programa é chamado de "Viva Pitágoras". Eu assistia quando eu era menor ainda (eu já sou pequena), e era louca, obcecada por esse programa. É tão, tão legal! Principalmente na parte da "Ginástica da Máquina", onde duas pessoas (ou uma mesmo, não tem problema) faz uma série de exercícios como se fosse um robô acompanhado de uma música que explica como se faz esses exercícios. No facebook tem a página desse programa, e no Youtube você pode encontrar episódios do programa. Não completos, pelo menos eu nunca encontrei, mas a parte dos intervalos onde aquela bolinha cai na colher e levanta o botão com o cabo que liga a luz é tão divertido! A globo deveria mostrar esse tipo de programa. Vou mostrar alguns vídeos:


O que acontece nos intervalos.


Ginástica da Máquina!


Ai, que saudades da minha infância.