Abandono

/
0 Comments
Hoje fui no Parque de Pituaçu, e enquanto tomava meu sorvete, um cara passa e me dá um papel com uma poesia escrita. Ele era gordinho, e tinha cara de pai-de-santo. A poesia era de sua autoria, e até que era bonito. O título era "Abandono", e quando li até dei risada, pois um poema de amor que um homem escreve é um pouco fora do óbvio aqui em Salvador.
Eis a poesia:

Distante às vezes de mim
E o que sempre acaba
Me deixando assim
Sofrendo feito criança
Perdido entre as minhas lembranças

Em um passado recente
Dessa breve estória de amor
Que envolveu-se na vida da gente
E, eu sem ter mais motivo pra chorar
Até que tento sufocar na angústia
Junto as minhas lágrimas de sofrimento
Solidão que ainda persiste
Em querer ficar junto a mim
Agora a quase todo momento

E o meu corpo, abandono reclama
Desse imenso vazio em minha cama
Que só me traz recordação
Que se quebra no silêncio
Das batidas no peito o coração

Sempre me alertando na dor
Que é preciso viver, sofrer
Se preciso for
E que nunca devemos
Matar ou morrer de amor.
    Renato Selestino, 19/10/09.


Lindo, não? Eu gostei, mas é triste. Isso me fez pensar bastante. E ainda faz.




You may also like

Nenhum comentário: